Selênio na comida: veneno ou remédio?

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Publicado em 16 de janeiro de 2019 por

O selênio recebeu seu nome do nome grego da lua e é mutável assim como este misterioso companheiro de nosso planeta. Inicialmente, o mineral foi considerado uma substância nociva e tóxica, mas quando sua capacidade de combater os radicais livres foi descoberta, ele ganhou a reputação de ser uma cura milagrosa para o câncer. Mais tarde, no entanto, descobriu-se que o selênio não é tão simples e requer uma dosagem genuinamente farmacêutica para que seja um benefício para o corpo.

A melhor maneira de obter a quantidade necessária e segura dessa substância é a partir dos alimentos. Uma dieta com ingestão adequada de selênio ajudará a manter a imunidade e evitar o envelhecimento prematuro.

Selênio em alimentos e seu papel no corpo humano

Frutos do mar são uma das fontes mais deliciosas e abundantes de selênio, mas o tratamento térmico destrói o mineral, como alternativa, é possível consumir outros produtos, incluindo o pão de centeio e a castanha do Pará.

Atuação no corpo humano

O mineral foi descoberto no início do século 19 por Jöns Berzelius,  em sua forma pura ele é semelhante a uma pedra cinza escura. A substância está envolvida em uma variedade de reações químicas e faz parte de muitos compostos. No corpo humano, o selênio forma as selenoproteínas, que são enzimas que combatem os radicais livres.

No corpo de um adulto, há sempre cerca de 15 mg do mineral: seus “depósitos” estão concentrados nos órgãos do sistema reprodutivo, rins, fígado, pele e cabelo. Este estoque requer um reabastecimento microscópico, mas regular, e o selênio contido nos alimentos é aquele que é absorvido da melhor forma.

Por está diretamente envolvido na proteção do sistema imunológico contra os efeitos de vírus, bactérias e outros fatores negativos: sob sua proteção, o corpo produz interferon, células sanguíneas e macrófagos.

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O selênio mantém a integridade das células, ajudando-as a resistir à ação dos radicais livres que tendem a “roubar” elétrons e também ativando a vitamina E, que é responsável pela capacidade do corpo de se curar. Controlando o bom funcionamento das células, ele previne inflamações, doenças cardíacas e normaliza o sistema endócrino e nervoso.

Deficiência, Necessidades diárias e absorção de selênio

A deficiência desse elemento é especialmente perigosa para bebês que ainda não conseguiram acumular suas “reservas”: se por algum motivo os recém-nascidos não forem alimentados com leite materno contendo selênio biodisponível, isso pode levar a graves doenças e até mesmo à morte.

Podemos afirmar que a necessidade dos bebês do sexo masculino de selênio é pré-definida pela evolução, afinal, o elemento é depositado nos cordões espermáticos e testículos para desempenhar seu papel na puberdade e garantir a funcionalidade do sistema reprodutivo.

Necessidades diárias

A necessidade diária do corpo humano adulto de selênio é de cerca de 50 microgramas. (individualmente, esse valor pode variar de 10 a 100 mcg).

Observando a ingestão do mineral, você precisa se lembrar do seguinte: para sua assimilação completa, o microelemento requer satélites na forma de vitaminas E e C, sendo que excesso de doces e farinha na dieta provoca deficiência dele.

Formas persistentes de excesso de peso são frequentemente um sinal de falta de selênio: uma quantidade insuficiente  prejudica o funcionamento da glândula tireoide e inibe o metabolismo.

Fatores que impedem a absorção do mineral incluem não apenas uma dieta rica em carboidratos e produtos refinados, mas também o uso frequente de alimentos de conveniência, alimentos enlatados e concentrados, bem como alguns medicamentos, incluindo paracetamol, preparações antimaláricas, suplementos dietéticos e remédios com a ação laxante que ajudam a “limpar” o corpo.

Se você é propenso a indigestão devido a doenças gastrointestinais, também corre o risco de desenvolver uma deficiência de selênio.

Os sintomas da deficiência incluem:

  • Baixo desempenho, incapacidade de se concentrar na tarefa
  • Imunidade fraca: as doenças literalmente “grudam” em você
  • Cicatrização difícil de arranhões, feridas, suscetibilidade a doenças de pele
  • Visão turva
  • Impotência em homens, ou, para mulheres, distúrbios menstruais.

O selênio é tóxico em doses excessivas.

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Isso deve ser lembrado por aqueles que usam suplementos farmacêuticos contendo esse microelemento. A quantidade crítica para um adulto é de 400 mcg do mineral por dia. Uma overdose  vinda de produtos alimentícios é comum apenas em regiões onde o solo é saturado desse elemento. 

Alguns sintomas da intoxicação:

  • Perda de cabelo, unhas quebradiças, sensibilidade dentária
  • Descamação da pele
  • Propensão a estados histéricos, incapacidade de controlar o humor e o comportamento
  • Náusea e vomito
  • Cheiro característico de “alho” vindo da boca e da pele da pessoa.

Uma ressalva importante: em uma quantidade estritamente moederada, o mineral atua como um anticarcinógeno, sendo que, no entanto, a partir do consumo descontrolado, um excesso deste microelemento pode causar um rápido crescimento de um tumor cancerígeno.

A fim de determinar com segurança a quantidade de selênio em seu corpo e obter aconselhamento profissional sobre a manutenção do nível, você deve passar por um exame médico na clínica.

O selênio é… delicioso!

Prestar atenção ao conteúdo equilibrado de selênio na dieta é um prazer. Produtos que garantem sua ingestão são bastante diversificados e, mesmo que você não goste, por exemplo, de frutos do mar ricos em selênio, provavelmente não recusará castanhas do Pará.

O selênio pode ser encontrado na carne e, especialmente, em subprodutos como: fígado de peru, frango, pato, carne bovina e suína, rins bovinos, suínos e de bezerro. Quanto mais fresca e mais natural a ração animal, mais selênio qualitativo e biodisponível a carne vai conter.

O mineral é contido em grandes quantidades nas cascas de grãos não processados (a quantidade de selênio no grão depende diretamente do conteúdo do solo onde foi cultivado), sal marinho e farinha integral. Na gema de ovo de galinha, você pode encontrar não apenas o mineral, mas também vitaminas E e K.

Se você decidiu ingerir selênio principalmente de frutos do mar, não esqueça que com o tratamento térmico, o conteúdo deste elemento diminui. Por exemplo, tartar de atum recém-pescado trará o maior benefício, mas não se apresse em comer peixe cru e frutos do mar cuja origem e prazo de validade não podem ser estabelecidos.

O selênio também pode ser encontrado em farelo de trigo, arroz e milho: isso significa que você pode garantir uma dose diária de selênio consumindo o acima no café da manhã! Ele também é encontrado em cogumelos, alho, cebola e pão e centeio.

O fígado quer levedura, não cerveja

Levedura de cerveja é uma valiosa fonte de selênio digestível. Nos anos 50, foi constatada uma substância que impedia o desenvolvimento de necrose do fígado. Subsequentes estudos mostraram que o elemento desconhecido era selênio.

No entanto, para liberar o microelemento, a levedura deve ser processada de uma forma específica, ou seja, dissolvida em água suficientemente morna (pelo menos 60ºC). Não pode colocar açúcar.

Além disso, é preciso usar levedura de cerveja, não fermento de padeiro. Para a prevenção da deficiência de selênio e doenças do fígado, recomenda-se a ingestão diária de 2 gramas de levedura viva com água morna.

O selênio também é encontrado em alimentos como feijão, lentilha, cevada, ervilha, brócolis e praticamente todas as sementes e nozes. Se por algum motivo sua dieta não inclui esses alimentos, talvez seja o momento bom para começar a se acostumar com eles…

 

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