Como entender e fazer uma roda de cura sagrada

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Publicado em 29 de março de 2019 por

A roda de cura sagrada tem como princípio as quatro direções, quatro ventos e era usado pelos índios americanos como um meio de cura, como remédio. As rodas do xamã são círculos, alinhados com pedras bem diferente do que entendemos por cura nos dias atuais. A Medicina da roda de cura propõe cuidar não somente do nosso corpo mas do nosso espirito também, os índios acreditam que todos os males e doenças estão também ligadas ao espirito, por isso não adianta cuidar de um sem cuidar do outro.

O que é cura atualmente

Para muitas pessoas modernas, a medicina está associada a drogas, procedimentos cirúrgicos, enfermeiras, dentistas ou médicos que melhoram a saúde física. No entanto, a “medicina” em muitas culturas antigas era entendida como um processo inter-relacionado de bem-estar físico e espiritual. O antigo conceito da medicina é de estar em harmonia com a energia primordial da natureza, e uma maneira de se tornar consciente do poder pessoal interno de cada pessoa, o que nos permite tornar-nos mais íntegros e completos.

Antes de basearmos nossas vidas em crenças e interpretações de “escrituras sagradas”, estávamos procurando respostas no mundo circundante e observando o ritmo da natureza para guiar nossa existência. O que descobrimos é que a vida é feita de ciclos ou círculos, em vez de ser uma “linha reta”, conforme o nosso conceito moderno do tempo e da existência. Descobrimos que as estações iam e voltavam em ciclos, assim como os ciclos do Sol e as fases da Lua, e observamos que mesmo os seres vivos, como humanos, árvores e animais, funcionavam em ciclos, compostos de nascimento, morte e renascimento.

Com esse conhecimento, veio o respeito pela sacralidade do círculo e suas propriedades medicinais que são capazes de curar nossas almas.

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As origens da roda de cura

A roda de cura era uma ferramenta comumente usada em cerimônias, ensinamentos e terapias pelos povos nativos da América do Norte. A própria roda é uma representação da interconectividade dos seres humanos e da natureza, o microcosmo e o macrocosmo, na forma de ciclos e espirais de energia.

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Para alguns, a roda de cura é como uma incorporação física de nossa energia espiritual; uma expressão externa de nosso relacionamento interno com o Grande Espírito. É possível tratar a roda de cura quase como um espelho que reflete sua natureza humana. Somente os corajosos se atrevem a realmente ver uma reflexão honesta deles, seu lugar na vida e o que precisa ser desenvolvido.

As origens da roda da medicina nativa americana não são totalmente conhecidas. Muitas culturas usavam rodas ou estruturas semelhantes a círculos como formas mágicas e sagradas de organizar e transmitir conceitos, conhecimentos e informações sobre a existência. Basta olhar para as mandalas do Oriente, os círculos Neolíticos da Europa, e os círculos maia e asteca da América Central e do Sul.

Independentemente da origem, rodas de cura são uma ótima ferramenta para exploração pessoal, crescimento e transformação, bem como para processos de natureza psicoterapêutica.

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As 4 direções sagradas da roda de cura

Existem muitos usos para a roda de cura, mas o mais básico é na representação da inter-relação da vida que é expressa em “quatro direções”. No centro da roda, encontra-se o que é indescritível. Alguns chamam essa essência indescritível de “divina”, outros a chamam de “universo”, “espírito”, “consciência” ou “totalidade”, mas nas culturas nativas americanas, geralmente se usa a expressão “os mistérios sagrados” ou “tudo o que sempre foi e tudo o que sempre será”.

As “Quatro Direções” da roda são interpretadas diferentemente por diferentes tribos, pois cada direção pode corresponder a qualquer elemento da vida. No entanto, a interpretação mais comum da roda de cura envolve as quatro principais direções do Norte, Sul, Leste e Oeste, que são frequentemente representadas por cores distintas, como preto, vermelho, amarelo e branco. Abaixo estão algumas outras interpretações populares das quatro direções na roda de cura:

  1. Estágios de vida: nascimento, juventude, vida adulta, morte.
  2. Estações do ano: Primavera, Verão, Inverno, Outono.
  3. Aspectos humanos: espiritual, emocional, intelectual, físico.
  4. Elementos de natureza: fogo, ar, água e terra.
  5. Animais: águia, urso, lobo e búfalo.
  6. Plantas cerimoniais: tabaco, erva doce, sálvia e cedro.

O uso das Quatro Direções da roda de cura é a abordagem mais básica, pois conecta cada direção dentro de um padrão circular simples. No entanto, quando você coloca a roda em prática, ela cresce em complexidade, já que todas as direções da roda podem ser finamente interconectadas a muitos outros elementos da vida.

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Como usar a roda de cura

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Como um exemplo prático de como usar a roda de cura, escolheremos incluir elementos da natureza humana que são: elemento físico, mental, emocional e espiritual.

Também adicionaremos as direções do Sudeste, Sudoeste, Nordeste e Noroeste. Com o uso de aspectos humanos em nossa roda, o centro dela torna-se o nosso senso de “eu” ou da nossa “alma”.

Dentro dessa Roda Humana que estamos criando, cada aspecto consistirá do lado “da luz” de quem somos, bem como do lado “sombrio”. Cada direção fornecerá uma área específica na qual podemos nos concentrar para o crescimento centrado no ego ou na alma.

Abaixo, você encontrará uma breve descrição das direções que mencionei acima e como elas estão interconectadas:

Leste

O Leste representa o começo, o fim e a renovação. É o momento do nascer do sol, o florescimento da primavera, a vela na escuridão. É tipicamente associado ao “mundo superior” da luz, “iluminação” e um retorno à nossa origem.

Sul

No pico da jornada do sol pelo céu, o Sul é o lugar que recebe mais luz. Dessa forma, ele é responsável pelo crescimento e florescimento de todos os seres vivos. O Sul é mais frequentemente associado ao “fluxo” de emoções, pois é o oposto do Norte. Ele simboliza a criança dentro de nós, nossas principais feridas e a redescoberta do senso de maravilha inerente às crianças.

Oeste

O Oeste é o lugar de pôr do sol, o retorno da luz ao escuro. É o outono da nossa humanidade, o fim do nosso crescimento. O Oeste representa transição, a “noite escura da alma” e a “sombra” dentro de nós que requer introspecção e confronto.

Norte

O Norte é um lugar frio da noite, o inverno do nosso período de crescimento. Estar centrado em nosso Norte interno requer habilidade e competência para sobreviver, e é por isso que esse lado está associado com nossas habilidades mentais, lógica e crenças.

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Direções auxiliares

A fim de entender melhor os lugares em que precisamos crescer, vamos nos expandir em cada uma das quatro direções, olhando para o “meio termo” entre cada um deles: em outras palavras, o caminho do “Tao”:

Sudeste

O Sudeste está associado ao nosso conceito de “eu” e a como nos tornamos o que somos. É um símbolo de nossos dons e talentos, assim como as crenças e mitologias que herdamos de nossos ancestrais.

Sudoeste

O Sudoeste é a realidade dos nossos sonhos ou como aprendemos a perceber o nosso mundo. É composto de todos os nossos aprendizados até agora e das crenças que influenciam nossa percepção da vida.

Noroeste

O Noroeste simboliza regras, leis e carma. Aceitar a mensagem do Noroeste significa se acostumar e aceitar completamente sua situação atual como uma lição que você está aprendendo pela vida.

Nordeste

O Nordeste é visto como um lugar de energia, espírito e conhecimento de como controlar e direcionar a energia em sua vida.

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Analisando seu EU dentro do contexto das direções

Levando todas essas direções em consideração, elas podem fornecer um mapa de desenvolvimento de seu “Eu” interno. Nascido no Oeste como um Espírito em um corpo, você se move através do Sudeste em direção ao Sul para formar seu DNA, sua ancestralidade, a socialização cultural e as “marcas” emocionais e mentais que criam sua personalidade. As crenças que ficam com você, as habilidades aprendidas e os sistemas de pensamento são o que forma a parte “inconsciente” de você, que é a essência do “Sudoeste” e que cria sua “realidade de sonho”.

Na realidade de sonho do Oeste, manifestamos nosso mundo interior em nosso trabalho, com nossa família e amigos. Por um tempo vivemos complacentemente, até que chega o anoitecer e começamos a experimentar uma “crise” (muitas vezes acontece na meia-idade, mas dependendo da nossa Idade da Alma, pode acontecer mais cedo).

O Sol no Oeste

A posição do sol no Oeste é um momento de “despertar espiritual” que nos dá a oportunidade de reavaliar nossas vidas e se elas estão em desequilíbrio com nossa alma. É ouvindo e honrando o processo de “despertar” que progredimos em direção à introspecção, onde descobrimos as “regras” e “leis” (carma) que mantemos dentro e que nos permitem chegar onde estamos agora.

Somente concluindo esse processo podemos trabalhar para encontrar harmonia, realização e criatividade em nossas vidas. Atendendo ao chamado da alma no Oeste e aprendendo as lições do Norte, depois fazendo nossa jornada de volta ao Oeste, podemos estar mais alinhados e sintonizados com nossos “Eus Superiores”, a nossa “Verdadeira Natureza” ou “Autenticidade”.

Cada aspecto da roda está interligado e representa a totalidade. Por exemplo, se você trabalhar em suas feridas principais no Sul, você mudará algumas das suas crenças errôneas enquanto estiver no Norte.

No exemplo que usamos acima, se você é muito “intelectual” e sério, você estará muito centrado no Norte. Ou se você estiver muito centrado no Sul, será muito irresponsável e confiante. Da mesma forma, quando você está muito centrado no Leste ou no Oeste, você provavelmente estará negando a existência do “positivo” ou “negativo” dentro de você e no mundo ao seu redor, e, assim, estará emocionalmente e psicologicamente desequilibrado.

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Criando sua roda de cura Xamânica

Por ser um ritual que leva as quatro direções como principio básico, os quatro ventos e era usado pelos índios americanos como um meio de cura, um remédio. As rodas xamanicas são círculos feitos de pedras que representam uma espécie de janela ou chacra na superfície da terra. Portanto, uma das principais condições é a escolha correta da localização e conformidade com os termos da criação de uma roda xamanística.

Segundo as ideias dos índios, a roda deve atender a alguns objetivos originais:

  1. Trazer o poder do Grande Espírito para a Mãe Terra
  2. A criação da roda deve repetir as etapas de criação do mundo
  3. Ligar os fluxos de energia espacial, formando um lugar sagrado de poder

Além dos objetivos originais de uma roda de cura sagrada, cada um coloca nela seus próprios objetivos pessoais.

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A estrutura da roda pode ser criada de forma muito individual, mas deve obedecer às regras básicas.

Assim, o círculo externo da roda é formado por quatro pedras (ou outros símbolos adequados) e significa quatro ventos, quatro correntes de força – portanto, deve ser claramente orientado ao longo das principais direções do mundo. O centro é o símbolo do Grande Espírito, que é indicado pela pedra central ou pelo segundo círculo interno, que representa os quatro poderes dos animais. De cada uma das quatro direções do círculo externo, para o centro, linhas individuais são traçadas, simbolizando o caminho. No total, a roda xamanística pode ter até 36 pedras ou itens que as substituam. No entanto, uma roda pode também conter apenas quatro pedras. Os seguintes números são usados na criação da roda: 4, 9, 12, 18, 24, 36. Assim, a roda xamanística representa o mapa de energia do nosso mundo.

A criação de uma roda xamanica consiste em várias etapas:

  • Busca de um local
  • Preparação do mesmo
  • Busca de pedras e objetos
  • A espera por um sinal
  • O próprio ritual
  • Encontro com o Totem e o sinal de conclusão
  • Encerramento do local

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Busca do local para a roda de cura sagrada

Para construir uma roda de cura sagrada, é melhor esperar por uma estação quente do ano, quando a energia da Terra está em plena força.

A seleção de um local é amplamente determinada pelos propósitos para os quais a roda é criada: se o objetivo é criar um lugar de poder para meditação, cura e comunicação com os espíritos da terra, então os principais critérios serão um lugar solitário e a disponibilidade de elementos naturais.

Mas, além disso, seria bom já escolher um trecho de terra com um potencial positivo de energia. Você não deve escolher um terreno alagado ou uma área cheia de arbustos – esses lugares têm energias negativas e, de acordo com as crenças indígenas, podem basicamente arruinar toda a cerimônia da roda.

Durante a busca por um lugar, você deve ouvir atentamente a sua voz interior e os sinais circundantes (condutores da terra). Um grito de um pássaro, uma rajada de vento, um padrão diferente de nuvens ou rastros de animais, tudo isso pode indicar o lugar certo.

É importante permanecer sensível e sentir uma solenidade especial, porque quando você decide criar a roda xamanística, deve haver um motivo profundo para isso. Portanto, monitore de perto as forças segundo as quais você está se envolvendo.

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Preparação do local

Finalmente, quando o lugar é encontrado, ele precisa estar preparado. Para isso, contorne-o em um círculo e estude-o de lados diferentes. Se houver uma pequena colina, você pode organizar um altar para o espírito deste lugar. Presentes são colocados no altar – tabaco, chocolate, contas ou algo feito com as próprias mãos.

Você deve também acender incenso. Deve ser um sacrifício que você pode pagar, mas que para você, seja valioso o suficiente. Se você colocar no altar algo que não lhe interessa, dificilmente conseguirá algo especial em troca.

Peça aos espíritos deste lugar permissão para conduzir o ritual e descubra a hora mais apropriada (manhã, tarde, noite). Você com certeza vai obter uma resposta da natureza, se for cuidadoso o suficiente.

Não comece a construir a roda se não recebeu uma resposta positiva e se a hora não está definida. Para determinar a hora da cerimônia, às vezes basta se ouvir e pensar no que você mais gosta: será o sol da manhã ou o crepúsculo e uma fogueira?

Em seguida, fique de frente para o norte, jogue uma pitada de tabaco e peça ao espírito do Norte para que lhe ajude a criar e executar a roda, porque isso também irá beneficiá-lo.

Repita esse procedimento com todas as outras direções. Depois disso, um presente deve ser colocado no altar e o local deve ser temporariamente deixado. Você deve esperar pela confirmação de que o espírito aceitou a oferta.

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Busca de pedras e objetos

Primeiro, você deve determinar o que estará no centro da roda. Este item marca o Grande Espírito, o Olho do Criador. Pode ser uma pedra, fogueira, cristal ou outro objeto adequado para este símbolo.

É importante que você não duvide da escolha do centro: ele deve ser claramente diferente de todos os outros objetos.

Em seguida, procure quatro pedras para os quatro ventos, que estarão localizados nos pontos cardeais. A pedra do Norte deve ser de cor branca, pois a cor simboliza força e pureza espiritual. Seu elemento é o ar.

Uma boa escolha para a pedra do sul é uma pedra vermelha ou com estrias avermelhadas. O Sul traz cura, atividade, desenvolvimento de ideias, sentimentos e emoções dinâmicas. Segundo as crenças dos índios, o Sul corresponde ao elemento água.

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O Sol

O sol nasce no Leste, então esse lado está associado à iluminação, clareza, a capacidade de entender o que está oculto nas trevas da ignorância. A cor do leste é amarela e o elemento é fogo.

A pedra de Oeste é preta. Aqui está a maturidade e a recompensa, a conclusão e o mundo material. O Oeste está associado ao elemento terra.

O resto do círculo externo pode ser preenchido com outras pedras ou plantas adequadas – símbolos de meses, estações, fases da vida, etc.

Você também deve preparar os totens de quatro animais para o círculo interno. Aqui você pode predefinir seus animais guardiões e, em seguida, encontrar seus símbolos, como um empecilho de forma incomum, uma pedra com padrão diferente, uma pena de pássaro ou uma planta.

No entanto, você pode também determinar os espíritos dos animais durante a busca. O círculo interno pode ser complementado com galhos de salgueiro ou outra árvore.

Uma importante condição durante a coleta de pedras e plantas é a gratidão à natureza. É importante tentar não violar suas leis, pedindo permissão até mesmo para mover uma pedra.

Quando você pega uma pedra para a roda xamanica, você deve polvilhar o lugar onde ela estava com farinha de milho ou tabaco (você precisa preparar esses produtos com antecedência). Este será seu símbolo de gratidão.

Já a pedra que estava no centro, após a cerimônia, deve ser devolvida ao mesmo lugar onde foi encontrada.

Todas as pedras ficarão empilhadas perto do círculo futuro, aguardando o início da construção da roda.

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A espera por um sinal

Agora tudo está pronto e você precisa esperar por um sinal para começar. Ele pode vir a qualquer momento. Pode ser uma onda que atingiu a costa com muito barulho, um grito de gaivota, um pássaro voando em círculos no céu, uma respiração profunda inesperada e o calor se espalhando por dentro.

O sinal virá, mais cedo ou mais tarde. Se o espírito quiser impedi-lo, então ainda não é hora, e você também entenderá isso. Se for esse o caso, você pode ter que deixar este lugar por mais dois meses ou até um ano.

O próprio ritual

Primeiro você tem que marcar o centro e colocar a pedra do Grande Espírito nele. Se você escolheu uma fogueira ao invés de uma pedra, precisa coletar e preparar o material (folhas de sálvia, tabaco ou zimbro são usadas para limpeza).

Antes de arrumar o centro, você precisa marcar com precisão o círculo e as direções. Aqui você precisará de uma corda, que usará para marcar um círculo e uma bússola para orientação precisa nas direções. Cada uma das quatro áreas principais deve ser marcada com antecedência.

Se houver mais de um participante, é necessário dividir papéis. Aqui está um líder, um responsável pelo fogo, quatro responsáveis pelas direções e depois os responsáveis pelos 12 meses, além de totens.

Após arranjar o centro, os totens animais são colocados no círculo interno e quatro pedras são fixadas nas quatro direções do círculo externo. A partir deste momento, os fluxos de energia serão “capturados” pela roda.

O círculo externo é complementado pelos objetos restantes, e quatro caminhos principais para o anel externo são traçados a partir do centro.

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Purificando o local

Em seguida, um ritual de purificação é feito. Aqui, você pode usar métodos diferentes. É melhor acender incenso ou fogo e prestar atenção em como a fumaça se dispersa e depois usar o som. Pode ser uma canção, um apelo para os ajudantes espirituais, o som de um pandeiro, uma tigela, um mantra ou uma oração.

Agora, você pode se sentar ou ficar no centro do círculo (se você não acender um fogo lá, é claro) ou em uma das estradas que correm do centro para o círculo externo. Vire na direção que você gosta, diga as palavras de gratidão, coloque suas mãos na Mãe Terra, olhe para o céu, sinta a presença do Grande Espírito dentro da Roda, inspire uma força poderosa.

Falando com as 4 direções e animal totem

Vire para o Norte para sentir o fluxo de poder e obter purificação, para o Sul para obter cura, para o Leste para iluminação e energia espiritual e para o Oeste para completar algo, obter sabedoria e riqueza material. Aguarde a resposta do espírito com a direção certa. Ela definitivamente aparecerá dentro de você.

Agora fale com o totem animal, peça para acompanhá-lo e dar força. Peça que se mostre ou marque sua presença.

Tente mudar sua posição no círculo, sentindo diferentes fluxos de energia. Pare de esperar, apenas confie no que está acontecendo, deixe os pensamentos fluírem, e as energias dos elementos naturais irão levá-lo. Tente sair da roda e volte para dentro. Está sentindo a diferença? Fique dentro por um tempo, pois a cura acontece ali.

Quando estiver pronto para terminar, aguarde o sinal. Talvez o seu totem apareça para você, talvez o fogo de repente apague ou uma onda inesperada de ar frio chegue. Você definitivamente reconhecerá o sinal quando chegar a hora de terminar e sair do círculo.

roda de cura sagrada medicina índios xamanismo saúde equilíbrio vida nascimentoEncerramento do local

Você não pode parar a roda xamanica, pois agora ela vive dentro de você. Mas você deve encerrar o local de sua criação para que a força não escape dele.

Agradeça ao espírito deste lugar e ao Grande Espírito por suas sensações, experiências e pela cura. Desmonte cuidadosamente a roda, começando pelos círculos externos. As pedras direcionais e centrais são as últimas a serem removidas. Se possível, devolva tudo ao seu lugar e deixe o local como estava. Agradeça ao Criador e à Vida novamente pela experiência maravilhosa que você acabou de viver.

Conclusão

A sabedoria da estrutura da roda de cura nos permite explorar nossos dons, características de personalidade e condicionamento social, e nos ajuda a enxergar nossas limitações e nos guia para rotas alternativas de crescimento.

Crescer em sabedoria vem de se mover ao redor da roda e reavaliar constantemente “o que não somos”, mantendo plena consciência da natureza efêmera desses ciclos. Se você perceber a vida apenas a partir de uma das quatro direções, permanecerá uma pessoa parcial e nunca será capaz de se tornar completo.

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